Algumas semanas tinham se passado e a transformação
de Maddy já estava completa, ficava agradecida ao saber que podia transformar
suas cobras em cabelo quando quisesse, poderia sair na rua e tentar parecer
normal, humana.
Fariam
uma viagem, para se afastar de tudo o que as prendia, tudo as que a puxava para
baixo. Iriam para o outro lado dos pais, de algum jeito, o destino era cruel,
assim como todo o resto do mundo.
O
aeroporto estava lotado, parecia que todas as pessoas iriam viajar no mesmo
dia, fazendo Isabella soar e se sentir comprimida, Maddy esperava na fila,
impaciente, olhou para trás e viu um rosto familiar, era Brad, tão lindo, tão
amigo, tão inútil. No momento em que o viu, admitiu a si mesma que já o amou e
que boa parte de sua frieza e de seu coração de pedra, eram culpa dele. Brad e
Maddy, tinham 15 anos, apaixonada por ele, pelo sorriso dele, pelos olhos dele,
por "ele". Mas com 15, a vida
ainda vale a pena, você ainda é capaz de acreditar nas pessoas, mas nada é pra
sempre, e você percebe que o mundo não é como parece ser aos seus 15 anos.
Finalmente,
estavam dentro do avião. Maddy olhava para uma mulher, que lembrava sua avó,
com um lenço enxugando os olhos, com o rosto vermelho e desfalecido, alguém que
amara muito estava a deixando. Brad entrou no avião e viu Maddy, olhou direito
e percebeu quem ela era, ao ver como ela estava diferente, como estava linda,
se sentiu culpado por todo o mal que a fizera e sentiu-se arrependido por todo
a lagrima que a fez derramar. Sentou ao lado dela, milhões de comprimentos
passaram pela sua mente, e então disse:
- Eu te conheço? - disse olhando para
como ela esta diferente.
- Maddy, quer dizer, Amanda, do ensino fundamental
- sorriu, forçadamente, mas sorriu.
- Amanda - tentou parecer surpreso
-você está diferente.
- Você também - foi seca. Isabella
observava tudo, com um ar desconfiado.
- Então - pareceu procurar um assunto
proveitoso- pra onde vai?
- Algum lugar longe daqui. - disse e
olhou pela janela do avião, que agora, estava com as rodas fora do asfalto
quente.
Maddy,
saiu foi até o banheiro, Brad se levantou e foi atrás, ela andava rápido e se
enfiou dentro do banheiro apertado e Brad entrou naquela mesma cabine. Ele em
um gesto rápido, a puxou para perto, fazendo a sentir seu corpo e sua
respiração batendo em seu rosto. Ela não recuou, ou fez qualquer movimento que
provaria querer o contrario, quase caindo, ele a segurou e a beijou. Era incrível
como Maddy esperou tanto por aquilo e agora não era nada.
Ele
a olhava com desejo, então segurou a cintura dela com mais força. De repente
Maddy sentir algo escorrendo pela sua nuca, era suas cobras entrando a ativa, e
Brad olhou para os olhos de Maddy, e virou pedra no mesmo instante, ela olhava
arrepiada. Acabara de matar Brad, "foi um acidente" ela pensava, ao
vê-lo ali, parado, petrificado.
Saiu
rápido do banheiro, Isabella ouvia um pouco de musica e comia alguma coisa que
parecia ser de plástico.
- Você tem que fazer o piloto para o
avião, agora - Maddy ordenou.
- Por quê? - disse tirando os fones.
- Porque existe uma estatua chamada
Brad no banheiro, e eu não quero ser presa.
No
mesmo momento Isabella levantou e foi até a cabine, aonde o copiloto via uma revista
masculina como um adolescente, Isabella sentiu nojo. E o fez desmaiar por
alguns minutos então sentou na cadeira que copiloto estava, colocou seus saltos
por cima do painel, parecia a vontade, ou tentando provoca-lo.
- Olha, eu sei que a gente não se conhece
ainda, mas eu preciso de um favor...
- O que quer?
- Que você pouse o avião.
- Mas o que? - o piloto se engasgou. - por
quê?
-Porque minha irmã, acabou de matar um cara
no banheiro- disse tranquilamente, com os pés no painel - e eu não quero te
matar, de verdade, eu realmente não quero, mas eu preciso que você pouse o
avião, em menos de 2 horas - tirou os pés do painel e saiu.

Nenhum comentário:
Postar um comentário