terça-feira, 17 de abril de 2012

Maddy e Isabella Parte 1


            Manhã escura, la fora, um cenário de filme de terror. Parecia ser 7 horas da manhã, mas na verdade não passavam das 3 da tarde. Isabella ainda olhava para o teto, imaginando mil e uma mortes para Mona, mãe de Maddy. Maddy por sua vez, dirigia como um piloto de fuga pela cidade, a paisagem corria rápida, os olhares passam batidos.
- Isabella - Maddy gritava pela casa.
          Isabella ficou calada, gostaria de responder, mas estava muito entertida se perdendo no seu próprio tédio. O teto agora parecia um pouco mais baixo. Maddy entrou no quarto de Isabella se sentou na cadeira que ficava no canto do quarto, e ficou a olhando olhar para o nada.
- Maddy, eu odeio a sua mãe - Isabella disse simplesmente.
- Eu sei, eu também não gosto dela. - abriu a janela e ficou observando - quer dizer, ela não é quem ela deveria ser.
- Se algum dia eu tiver a chance, eu vou mata-la- ela olhou furiosamente.
- Não, se algum dia eu tiver a chance, farei as honras - sorriu de um jeito maligno.
            Aquela conversa pareceria fortes vindas de pessoas comuns, mas no mundo em que viviam onde a morte estava presente, aquilo tudo nunca fora tão normal. De repente Maddy ouviu um zumbido como se um enxame atacasse seus ouvidos, aquele som era tão agonizante que a fez gritar, com aquele barulho sua cabeça e suas ideias iam se recontorcendo e o som tomava conta do céu cérebro.
- PARE POR FAVOR - gritou enquanto tampava os ouvidos, com o rosto vermelho. - PARE COM ESSE BARULHO. - era realmente assustador vê-la se retorcendo no chão, como se tivesse morrendo.
- Que barulho? - Isabela dizia preocupada, e a ajudava a levantar - Amanda, que barulho?
            Aos poucos o zumbido ia diminuindo até parar de uma vez, sua cabeça ainda pesava e doía. Era tão estranho, mais parecia um controle mental, mais parecia que alguém a provocara aquilo.
- O que você disse? - Isabella olhou confusa.
-Nada. - enquanto se olhava no espelho.
- Pare de falar- hesitou e saiu andando, descalça.
            Maddy saiu andando atrás de Isabela. As coisas só não estavam normais por ali, naquele dia escuro, as coisas pareciam estar saindo do controle, naquela casa, desde que Hiago fora morar com Maddy as coisas passaram de anormais para TOTALMENTE DESCONTROLAVEIS E ASSUSTADORAS. Isabella não estava mais em casa, tinha saído com carro. Ela não conseguia ficar parada dentro de casa, não havia o que fazer, alguma coisa estava acontecendo.
            Isabella ouvia vozes, a rua estava cheia, sua cabeça estava cheia. Alguma coisa, pensamentos, orações, era tão difícil entender. Parou o carro em um acostamento, e tentou respirar fundo e não se matar ali mesmo. Eram tantas vozes, como “eu tenho contas", se concentrar era inútil, ela parecia estar ficando louca. Sentido: nenhum. Medo: todos os possíveis.
- Hiago - a voz chorosa de Maddy falava ao telefone com as mãos tremulas - a Isabella saiu com o carro e ela estava muito estranha, e já faz umas 3 horas - ela chorava
Era Isabella, sua amiga, sua irmã, sua tudo. Parecia que estava a perdendo. Isabella fazia força para não gritar ainda mais, as vozes pareciam sumir, ou ficar um pouco mais baixas. Sua mente se acalmava, e a fazia respirar lentamente.  De repente ela ouviu uma voz clara e límpida que dizia "Apenas se acalme, tudo é perfeitamente normal", ficou assustada, engatou a marca e voltou para casas. Abriu a porta, com o rosto de pele clara totalmente esbaforido. Hiago falava preocupado ao telefone, olhou para porta e respirou aliviado. Mona lavava a louça, como aquele velho lenço enrolado no cabelo, dizia que ser cabelo era feio, e a deixa envergonhada, por isso o cobria com a cabeça.
- Onde você estava minha filha- ele a abraçou com força.
- eu... preciso falar com você ,pai.
- Posso saber também? - Mona virou a cabeça e disse com as mãos enfiadas na pia.
- NÃO- disse grosseiramente- você é meu pai? - perguntas retóricas era a usa especialidade- eu acho que não.
            Subiu as escadas ouvindo alguns xingamentos, olhou para trás e Mona a olhava, com a boca fechada, novamente aquele medo a abateu. Seu pai subia letamente dando uns gemidos, talvez estivesse ficando velho, abriu a porta do quarto e se sentou na cama e seu pai se sentou ao seu lado.
- O que aconteceu? - ele disse a olhando desconfiado- você não está tento problemas com garotos né?
- Não pai... não - balançou a cabeça, tomou o ar.
            Antes de soltar a língua e contar tudo, lembrou-se das vozes, e do que havia ouvido no fim de tudo. Talvez o pai a julgasse e a dissesse que estava louca, que as doses de Gim estavam a deixando pirada.
- É... aconteceram coisas estranhas comigo, e eu contaria pra Maddy se não fossem tão assustadoras. Mas enfim, hoje eu sai, pra tomar um ar fresco, então eu comecei a ouvir vozes - seus olhos ficavam úmidos, e suas mãos tremulas -e elas eram infinitas e pesadas.
            Seu pai abaixou a cabeça e lamentou.
- Me desculpe, eu sei que você vai dizer que eu sou louca...
-Não - interrompeu- não vou.
-Não?
-Eu sei, eu só estava esperando acontecer. Eu sinceramente não sei por onde começar... sua avó era diferente, ela tinha um "poder";
- Pai, que poder? - disse um pouco mais rápido - Pai, você está me assustando.
- Me deixe terminar. Ela tinha esse poder, e depois quando eu fiz 20 anos, eu descobri que eu também tenho esse poder e você também tem.
- Não, eu não tenho poder nenhum.
- Sim você tem. Aquelas vozes eram pensamentos - algumas lagrimas corriam pelo rosto de Isabela- você pode fazer tudo com a mente, tudo. Ouça, olhe bem para mim e se concentre - ela o fez, olhou fundo para os olhos de seu pai.
- Eu ouvi, você pensou. Pai, eu não posso ser uma anormal assustadora.
- Você não é, tudo isso é um presente. Você tem apenas que aprender a controlar seus poderes e não deixa-los saírem de controle. Sua tia Luanne, era mais poderosa do que eu, muito mais, mas ela se matou por não aprender a dominar seus poderes.
- Pai, não invente essa historia - ela limpou os olhos - porque você não consegue ler meus pensamentos? - disse como se o pai estivesse mentindo.
- Eu não consigo ler seus pensamentos, mas... posso te mostrar algo? - ela concordou. De repente ela olhou para ele, e viu sua cabeça se contorcer e o zumbido começar de ele em seus ouvidos.
- PARE! - gritou.
- Viu? Você é mais poderosa do que imagina, você pode fazer coisas inacreditáveis, seu poder persuasivo é muito maior e intenso do que você pensa.
- Pai, eu estou com medo.
- Eu sei, todos temos medo disso, mas isso é incrível é o sonho de qualquer um.
- Pra mim é um pesadelo- ela olhava e se acanhava.
- Você vai aprender a dominar seus poderes e você vai ver que ter o poder psíquico é muito mais do que ler pensamentos. Mesmo você não querendo, esse é o SEU DESTINO.

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