Logo
depois das duas da tarde Isabella estava querendo se sentir viva como há 3 dias
atrás. Entrou no carro, abaixou o quebra sol e começou a dirigir, foi até o
banco da cidade. Sua conta era negativa, costumava gastar em idiotices que se
livraria facilmente. Ela era magra, com
pernas finas, estava vestindo uma calça preta apertada, com um salto enorme, e
uma jaqueta de couro, com o cabelo levemente bagunçado e com um delineador
preto nos olhos ela ganhava olhares por todo os lugares que passava.
Passado
alguns minutos o Gerente a chamou, ela entrou na sala, e jogou sua bolsa no
chão, ela não tinha o mínimo de respeito, por ninguém.
- Boa tarde Senhora Isabella - disse o
gerente com uma voz tão maçante que deu sono em Isabella
- Senhora esta no inferno - cruzou as
pernas.
Pigarreou,
e continuou:
- O que deseja?
- Um empréstimo.
- Certo, você pode pegar até 5 mil
reais - ele tentava ser amigável.
- Eu preciso de 15 mil.
- Eu simplesmente não... - ela se
aproximou, sentiu aquela formigação e suas pupilas ficarem dilatas e pensou
"eu posso fazer o empréstimo para ele, porque não?". - Sim, eu posso
fazer o empréstimo.
- Obrigada - deu uma leve risada e a
disfarçou com uma tossidinha.
Quando
voltava pra casa, percebeu que poderia ter tudo o que quisesse, sempre que
quisesse. Qual é o preço de controlar mentes? Qual é o preço do infinito? Qual
é o preço do impossível?
O
fabricante do "agora' havia sido totalmente genioso com ela. Percebeu que
quando usava seus poderes se sentia nova, bonita, ousada. Ser diferente e estar
no controle era de longe sua maior virtude.
Chegou
em casa, segurava uma mala prata, deixou no sofá e na ponta de escada Maddy
apareceu.
- O que é isso? - Maddy perguntou
curiosa
- Abra- disse pegando um cigarro, o
examinou e o guardou de volta para o maço.
- O que? - disse um pouco assustada e
apavorada- quem você roubou?
- Digamos que foi um... empréstimo -
girou em tono de si mesma.
-Empréstimo... - falou confusa
- É- gritou em tom de animação - eu não
sou uma ladra - sorriu e deu as costas
Novamente
estava deitada, de barriga para cima encarando o teto. Pensou no que fizera e
se bateu de alegria, lembrou-se de quando seu pai a dissera que ela é mais
poderosa do que imaginava, vibrava em concordar. Se soubesse que era diferente,
tudo poderia ter sido melhor. Embora jovem, sua alma era velha, mas a
infantilidade ainda atacava quando ela menos esperava.

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