domingo, 22 de abril de 2012

Isabella



            Logo depois das duas da tarde Isabella estava querendo se sentir viva como há 3 dias atrás. Entrou no carro, abaixou o quebra sol e começou a dirigir, foi até o banco da cidade. Sua conta era negativa, costumava gastar em idiotices que se livraria facilmente.  Ela era magra, com pernas finas, estava vestindo uma calça preta apertada, com um salto enorme, e uma jaqueta de couro, com o cabelo levemente bagunçado e com um delineador preto nos olhos ela ganhava olhares por todo os lugares que passava.
            Passado alguns minutos o Gerente a chamou, ela entrou na sala, e jogou sua bolsa no chão, ela não tinha o mínimo de respeito, por ninguém.
- Boa tarde Senhora Isabella - disse o gerente com uma voz tão maçante que deu sono em Isabella
- Senhora esta no inferno - cruzou as pernas.
            Pigarreou, e continuou:
- O que deseja?
- Um empréstimo.
- Certo, você pode pegar até 5 mil reais - ele tentava ser amigável.
- Eu preciso de 15 mil.
- Eu simplesmente não... - ela se aproximou, sentiu aquela formigação e suas pupilas ficarem dilatas e pensou "eu posso fazer o empréstimo para ele, porque não?". - Sim, eu posso fazer o empréstimo.
- Obrigada - deu uma leve risada e a disfarçou com uma tossidinha.
            Quando voltava pra casa, percebeu que poderia ter tudo o que quisesse, sempre que quisesse. Qual é o preço de controlar mentes? Qual é o preço do infinito? Qual é o preço do impossível?
            O fabricante do "agora' havia sido totalmente genioso com ela. Percebeu que quando usava seus poderes se sentia nova, bonita, ousada. Ser diferente e estar no controle era de longe sua maior virtude.
            Chegou em casa, segurava uma mala prata, deixou no sofá e na ponta de escada Maddy apareceu.
- O que é isso? - Maddy perguntou curiosa
- Abra- disse pegando um cigarro, o examinou e o guardou de volta para o maço.
- O que? - disse um pouco assustada e apavorada- quem você roubou?
- Digamos que foi um... empréstimo - girou em tono de si mesma.
-Empréstimo... - falou confusa
- É- gritou em tom de animação - eu não sou uma ladra - sorriu e deu as costas
            Novamente estava deitada, de barriga para cima encarando o teto. Pensou no que fizera e se bateu de alegria, lembrou-se de quando seu pai a dissera que ela é mais poderosa do que imaginava, vibrava em concordar. Se soubesse que era diferente, tudo poderia ter sido melhor. Embora jovem, sua alma era velha, mas a infantilidade ainda atacava quando ela menos esperava. 

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