E
finalmente, Maddy acorda e só Ian está lá, lendo uma revista, ele parecia estar
entediado. Ela gostava da presença dele, mas era tão complicado, era tão
difícil entender, parecia que o espírito frio e sem compaixão de Olive estava
entre os dois, os impedindo de se aproximarem.
Olive,
Maddy, idênticas e tão diferente. Talvez Olive fosse mais doce, doce a ponto de
ser enjoativa e Maddy era acida, cítrica, um pouco mais azeda. Nada demais,
nunca foi demais, sempre tinha um motivo para se afastar das pessoas, Maddy era
assim, não gostava, mas nasceu assim. Eram comparações tão chulas, mas eram
validas.
- Cadê a Isabella? - abriu a geladeira
e pegou aquele whisky.
- Saiu com o Adrian - levantou do sofá
e tirou a bebida da mão dela - não vai beber.
- Então assista - pegou a garrafa com
força e deu o primeiro gole.
Ian
olhou com raiva e um pouco de preocupação para ela. Isabella ligava de 10 em 10
minutos, querendo saber se Maddy estava bem. Amanda estava com um short curto e
uma camiseta, estava deitada no sofá e Ian no outro, ela tentava saber por que
ele ainda estava ali, se sentiu uma criança que apronta e depois é vigiada. Ian
percebeu que ela estava com um hematoma enorme na perna.
- O que é isso na sua perna?
- Pele - foi seca, continuou assistindo
aquele filme, um filme de ação.
- É, não dá pra conversar com você. -
ele pegou o casaco, saiu e bateu a porta.
Maddy
pensou em chama--ló de volta, ou pedir desculpa, mas ele ainda não era digno,
ele seria digno?
O
telefone tocou, e ela deixou tocar, não estava afim de nada, apenas de olhar
para a televisão e não entender nada, a televisão a cansava, poderia ficar
horas, olhando pessoas bonitas, bancando as perfeitas, falando e falando, só
para encherem seus bolsos de dinheiro e depois ficarem depressivas por não dar
valor as coisas certas. Por esse motivo que não assistia TV e odiava a sua
manipulação barata. Preferia pensar que era melhor do que a televisão, que era
melhor do que tudo isso, que não precisava ver estranhos falando para formar
suas próprias opiniões.
Tudo
era rotulado, tudo era status, tudo era idiota. Se você tivesse roupas de
marca, carro caro, casa grande e uma alma podre, você certamente valeria mais
do que um mendigo de bom coração. Não é o mundo que é ruim, as pessoas são.
Desacreditar no mundo era rotina.
- Maddy, abre essa porta - Ian berrava
enquanto batia com força na porta.
Novamente,
fez se de surda, fingiu que ele na estava ali.
-Eu não vou sair daqui tão cedo – Maddy
ouviu por trás da porta o som de Ian se sentando no degrau que tem na porta.
Maddy
foi de vagarosamente, destrancou a porta e voltou para o sofá bege um pouco
manchado, olhou para a televisão e novamente fingiu estar interessada em toda
que idiotice que passava na frente de seus olhos.
Ian
entrou com as mãos no bolso da jaqueta, a olhou com raiva e foi ate o banheiro.
Olhou no espelho, procurando em seu reflexo saber que era, ou, porque se sentia
tão bem ao lado de Maddy, mesmo ela o tratando tão mal. Voltou para sala e
Maddy estava sentada com os joelhos dobrados e cabeça deitada por cima deles,
as coxas dela ficaram rígidas e muito atraentes, pela primeira vez Ian a
desejou.
- Quer alguma coisa? – Ian perguntou
enquanto abria a geladeira procurando algo para comer.
- Não sei... que você vá embora.
Novamente
Amanda tratou Ian como lixo, poderia de dizer que maltrata-lo era algo tão bom,
algo prazeroso. Ele olhou para o alto, segurou um copo e o apertou com tanta
força que o copo de vidro se quebrou em suas mãos, Sentiu os cacos sendo
enfiados na suas mãos, deu um grito abafado, e foi arrancando aos poucos os
pedaços de viro de sua mão. Lavou bem o machucado, e sentou-se no sofá que
estava livre de Maddy. Sim, ela percebeu que ele houvera se machucado, mas não
se importou. Ela não se importava.
O
tempo ia passando, e um silencio pesado incomodava Ian, ele se remexia de um
lado para o outro, tentava ler, mas ter Maddy ali do lado era tentação demais
para se concentrar em alguma coisa sem ser ela.
- Maddy, você pode pegar um pouco
d’água pra mim? - Ian gritou da sala.
Da
cozinha, Maddy revirava os olhos.
- Tem algo errado com as suas pernas? –
foi irônica.
O
sangue de Ian ferveu. Involuntariamente, andou rápido até a cozinha, Maddy
segurava uma latinha de cerveja, e ele segurou o pulso da menina, ele apertava
e ela sentia seu sangue ficar denso.
- Ian, solta o meu braço – ela dizia
tentando soltar seu pulso, - IAN VOCE TA ME MACHUCANDO.
Agora,
ele apertava com ainda mais força, a única coisa que Maddy conseguia fazer era
gemer de dor, pensou em mata-lo mas estava com dor demais para conseguir
mata-lo, seus rostos estavam muito próximos, sentindo a respiração um do outro.
- IAN, POR FAVOR.
E
em um ato violento, Ian a empurrou contra a geladeira, em um grito abafado, ela
sentia suas costas formigarem, e percebeu que Ian era mais forte do que
parecia. Ele não olhava com preocupação, olhava com aquele desgosto, os mesmo
olhos que olhos para o homem de preto que matou seus pais naquela noite. Maddy
tentava não cair no chão e se render, ela ainda estava de pé, e Ian se
aproximou rápido colou suas mãos a cintura dela, e a beijou violentamente,
Maddy sentiu aquelas mãos, e sentiu os pelos de seu braço ficarem arrepiados.
Aos
olhos de qualquer um poderia parecer brutal, mas Maddy estava gostando, alias,
adorando. Adorava o jeito que ele pressionava o seu corpo contra o dela, ele
poderia ter erros, inúmeros, mas quando ele estava ali, nada poderia ser mais
perfeito, de uma forma imperfeita.
Ian
a segurou pelas pernas, ainda a beijando,ela passou suas pernas pelo seu corpo,
e sem olhar o que estava atrás . A deixou no sofá, e foi a beijando com mais
intensidade, ela sentia o corpo de Ian ficar quente, fervendo, ao poucos ele
foi puxando a camiseta dela. Poderia ser cedo demais, mas ela já estava muito
envolvida para voltar atrás e continuar sendo cética com Ian. Com a cabeça no
braço do sofá, ele não se sentia a vontade para toca-la, mas se sentiu
confortável para arrancar sua camiseta. Eles não pensavam em nada, nada passava
pela suas mentes.
Abrindo
a porta Isabella e Adrian voltam para casa, ao ver que Maddy estava apenas de
sutiã, Isabella fecha a porta. O susto que Ian tomou foi grande, ele jogou
Maddy para o lado, arrumou o cabelo e saiu, sem se despedir da Maddy. Ela, sem reação, ofegante no tapete da sala,
sem camiseta e muito, muito envergonhada.
Bom?
Não, ótimo. Provavelmente a melhor sensação de sua vida. Desejou que Isabella
não tivesse voltado para casa naquele momento, alguns minutos a mais e tudo
seria diferente, talvez mais intimo.

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