quinta-feira, 10 de maio de 2012

Maddy e Ian



            E finalmente, Maddy acorda e só Ian está lá, lendo uma revista, ele parecia estar entediado. Ela gostava da presença dele, mas era tão complicado, era tão difícil entender, parecia que o espírito frio e sem compaixão de Olive estava entre os dois, os impedindo de se aproximarem.
            Olive, Maddy, idênticas e tão diferente. Talvez Olive fosse mais doce, doce a ponto de ser enjoativa e Maddy era acida, cítrica, um pouco mais azeda. Nada demais, nunca foi demais, sempre tinha um motivo para se afastar das pessoas, Maddy era assim, não gostava, mas nasceu assim. Eram comparações tão chulas, mas eram validas.
- Cadê a Isabella? - abriu a geladeira e pegou aquele whisky.
- Saiu com o Adrian - levantou do sofá e tirou a bebida da mão dela - não vai beber.
- Então assista - pegou a garrafa com força e deu o primeiro gole.
            Ian olhou com raiva e um pouco de preocupação para ela. Isabella ligava de 10 em 10 minutos, querendo saber se Maddy estava bem. Amanda estava com um short curto e uma camiseta, estava deitada no sofá e Ian no outro, ela tentava saber por que ele ainda estava ali, se sentiu uma criança que apronta e depois é vigiada. Ian percebeu que ela estava com um hematoma enorme na perna.
- O que é isso na sua perna?
- Pele - foi seca, continuou assistindo aquele filme, um filme de ação.
- É, não dá pra conversar com você. - ele pegou o casaco, saiu e bateu a porta.
            Maddy pensou em chama--ló de volta, ou pedir desculpa, mas ele ainda não era digno, ele seria digno?
            O telefone tocou, e ela deixou tocar, não estava afim de nada, apenas de olhar para a televisão e não entender nada, a televisão a cansava, poderia ficar horas, olhando pessoas bonitas, bancando as perfeitas, falando e falando, só para encherem seus bolsos de dinheiro e depois ficarem depressivas por não dar valor as coisas certas. Por esse motivo que não assistia TV e odiava a sua manipulação barata. Preferia pensar que era melhor do que a televisão, que era melhor do que tudo isso, que não precisava ver estranhos falando para formar suas próprias opiniões.
            Tudo era rotulado, tudo era status, tudo era idiota. Se você tivesse roupas de marca, carro caro, casa grande e uma alma podre, você certamente valeria mais do que um mendigo de bom coração. Não é o mundo que é ruim, as pessoas são. Desacreditar no mundo era rotina.
- Maddy, abre essa porta - Ian berrava enquanto batia com força na porta.
            Novamente, fez se de surda, fingiu que ele na estava ali.
-Eu não vou sair daqui tão cedo – Maddy ouviu por trás da porta o som de Ian se sentando no degrau que tem na porta.
            Maddy foi de vagarosamente, destrancou a porta e voltou para o sofá bege um pouco manchado, olhou para a televisão e novamente fingiu estar interessada em toda que idiotice que passava na frente de seus olhos.
            Ian entrou com as mãos no bolso da jaqueta, a olhou com raiva e foi ate o banheiro. Olhou no espelho, procurando em seu reflexo saber que era, ou, porque se sentia tão bem ao lado de Maddy, mesmo ela o tratando tão mal. Voltou para sala e Maddy estava sentada com os joelhos dobrados e cabeça deitada por cima deles, as coxas dela ficaram rígidas e muito atraentes, pela primeira vez Ian a desejou.
- Quer alguma coisa? – Ian perguntou enquanto abria a geladeira procurando algo para comer.
- Não sei... que você vá embora.
            Novamente Amanda tratou Ian como lixo, poderia de dizer que maltrata-lo era algo tão bom, algo prazeroso. Ele olhou para o alto, segurou um copo e o apertou com tanta força que o copo de vidro se quebrou em suas mãos, Sentiu os cacos sendo enfiados na suas mãos, deu um grito abafado, e foi arrancando aos poucos os pedaços de viro de sua mão. Lavou bem o machucado, e sentou-se no sofá que estava livre de Maddy. Sim, ela percebeu que ele houvera se machucado, mas não se importou. Ela não se importava.
            O tempo ia passando, e um silencio pesado incomodava Ian, ele se remexia de um lado para o outro, tentava ler, mas ter Maddy ali do lado era tentação demais para se concentrar em alguma coisa sem ser ela.
- Maddy, você pode pegar um pouco d’água pra mim? - Ian gritou da sala.
            Da cozinha, Maddy revirava os olhos.
- Tem algo errado com as suas pernas? – foi irônica.
            O sangue de Ian ferveu. Involuntariamente, andou rápido até a cozinha, Maddy segurava uma latinha de cerveja, e ele segurou o pulso da menina, ele apertava e ela sentia seu sangue ficar denso.
- Ian, solta o meu braço – ela dizia tentando soltar seu pulso, - IAN VOCE TA ME MACHUCANDO.
            Agora, ele apertava com ainda mais força, a única coisa que Maddy conseguia fazer era gemer de dor, pensou em mata-lo mas estava com dor demais para conseguir mata-lo, seus rostos estavam muito próximos, sentindo a respiração um do outro.
- IAN, POR FAVOR.
            E em um ato violento, Ian a empurrou contra a geladeira, em um grito abafado, ela sentia suas costas formigarem, e percebeu que Ian era mais forte do que parecia. Ele não olhava com preocupação, olhava com aquele desgosto, os mesmo olhos que olhos para o homem de preto que matou seus pais naquela noite. Maddy tentava não cair no chão e se render, ela ainda estava de pé, e Ian se aproximou rápido colou suas mãos a cintura dela, e a beijou violentamente, Maddy sentiu aquelas mãos, e sentiu os pelos de seu braço ficarem arrepiados.
            Aos olhos de qualquer um poderia parecer brutal, mas Maddy estava gostando, alias, adorando. Adorava o jeito que ele pressionava o seu corpo contra o dela, ele poderia ter erros, inúmeros, mas quando ele estava ali, nada poderia ser mais perfeito, de uma forma imperfeita.
            Ian a segurou pelas pernas, ainda a beijando,ela passou suas pernas pelo seu corpo, e sem olhar o que estava atrás . A deixou no sofá, e foi a beijando com mais intensidade, ela sentia o corpo de Ian ficar quente, fervendo, ao poucos ele foi puxando a camiseta dela. Poderia ser cedo demais, mas ela já estava muito envolvida para voltar atrás e continuar sendo cética com Ian. Com a cabeça no braço do sofá, ele não se sentia a vontade para toca-la, mas se sentiu confortável para arrancar sua camiseta. Eles não pensavam em nada, nada passava pela suas mentes.
            Abrindo a porta Isabella e Adrian voltam para casa, ao ver que Maddy estava apenas de sutiã, Isabella fecha a porta. O susto que Ian tomou foi grande, ele jogou Maddy para o lado, arrumou o cabelo e saiu, sem se despedir da Maddy.  Ela, sem reação, ofegante no tapete da sala, sem camiseta e muito, muito envergonhada.
            Bom? Não, ótimo. Provavelmente a melhor sensação de sua vida. Desejou que Isabella não tivesse voltado para casa naquele momento, alguns minutos a mais e tudo seria diferente, talvez mais intimo.


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