sexta-feira, 18 de maio de 2012

Adrian e Isabella




            Amor, o que é o amor? O fato de Isabella não saber, ou não ter certeza não a tornava alguém ruim.  Ela era ruim, fazer o que, simplesmente era. Algumas coisas não se escolhem, não escolhemos aonde nascemos, ou com quem nascemos, muito menos quem somos. Se pudesse escolher não seria como é, seria : bondosa, amigável, simpática prestativa. Não seria ela.
            Adrian, poderia se imaginar casada com ele, e encher sua casa com crianças com o rosto dele, ai sim, poderia ser a mulher mais feliz do mundo.
- Bella, você tem mesmo que desligar?- Adrian insistia no outro lado da linha.
- Adrian, eu já disse pra não me chamar de Bella, eu não gosto - ela disse rudemente.
- Bella, minha Bella.
- Eu tenho que desligar Adrian, já está tarde.
- Você não dorme cedo - contestou
- Por favor, eu tenho que cuidar da Maddy, ela anda meio mal depois que o Ian foi embora.
- É, eu sinto a falta dele - Adrian confessou. 
-Eu também. - ela disse com a voz um pouco triste.
- AH, - foi ciumento- não precisamos falar dele né?
- Não precisa ter ciúme Adrian - tentou reparar o que havia dito.
- Eu não to com ciúme Isabella - disse um pouco nervoso.
- Você acabou de me chamar de "Isabella" desculpa, ele era meu amigo.
- Esqueça.
            Silencio
- Adrian ? - Isabella chamou.
- O que?
- São 3 da manhã, esta muito frio e assim... minha cama esta sentindo sua falta.
- Sua cama? - falou quase rindo. - E você?
- Eu também sinto falta.
            Novamente aquele silencio, aquele romance.
- Bella? - ele disse já esperando a resposta.
- Oi?
- Abre a porta, está frio aqui fora.
            Isabella foi, andando na ponta dos pés até a porta, virou a chave e viu ali a presença de Adrian, lindo, como sempre. Ela o abraçou com força e o beijou. Era incrível como se sentia bem ao lado dele e como queria ficar sempre do lado dele.
            Ela foi sem fazer barulho até o quarto de Maddy, a olhou da porta, ela estava sentada no canto da cama, chorando novamente. Queria conversar com a irmã, mas novamente, ela se fechou no mundo, nada saia , nada entrava, se fez de pedra, dura e inquebrável.
- Maddy - sentou em cima da cama, jogando as pernas de lado. - O que aconteceu?
- Nada - ela limpava as lagrimas, mas era inútil, elas continuavam caindo.
- Ninguém chora por nada - ela disse chegando mais perto da irmã -  Maddy, somos irmãs, você pode me contar tudo.
- Isabella, seu namorado está aqui, vá ficar com ele.
-Não, você em primeiro lugar, porque chora pequena?
- É o Ian.
- O que tem ele? - o tom de vez passivo de Isabella era assustador.
- Eu o amo - Maddy abraçou a irmã e caiu em prantos.
- Não precisa chorar - ela acariciava os cabelos da irmã, enquanto sentia as lagrimas quentes de Maddy molharem sua blusa.
- Não? - disse um pouco irritada. - Você não sabe o que é isso - Maddy a afastou com as mãos, com o rosto meio vermelho e enquanto ela fala alto - você tem o Adrian, ele está aqui, ficando com você. E EU ISABELLA? O CARA QUE EU AMO ESTA POR AI, SE CULPANDO POR TER QUEBRADO O MEU PULSO - ela chorava ainda mais.
- Maddy, ele vai voltar, sabe que ele vai.
- VOCE NÃO SABE, E NÃO FINGA QUE SABE COMO É, PORQUE NÃO SABE.- ela chorava. - eu amo o Ian, eu estou apaixonada por ele mas o que importa, ele não esta aqui.
            Isabella, saiu do quarto, talvez fosse melhor deixa-la sozinha, deixar Maddy com seus pensamentos, com suas lagrimas, seria melhor. Naquele momento Isabella estava achando Ian um idiota, que tipo de homem deixa a mulher que ama por um acidente? 
            Adrian estava na cozinha, tomando água. Isabella o chamou e os dois foram até o quarto, ela se deitou e ele se deitou depois.
- Sabe o que eu quero? - Isabella disse, sentindo os braços de Adrian envolvendo sua cintura.
- O que?
- Quero que você more comigo.
- Maluca.
- Porque Adrian? O que tem demais nisso?
- Acho desnecessário, só isso.
- Então é desnecessário a gente ficar junto sempre. - ela disse um pouco brava e se afastando dele.
- Não....acho que somos novos para isso. - ele disse reparando o erro.
- Adrian, um "não" era suficiente.
- É complicado dizer não com esse seu sorriso lindo.
            Isabella se arrastou até o outro lado da cama, puxou o cobertor até a cabeça e ficou emburrada.
            O problema não era morar com ela, era deixar "aquilo" serio demais. Querendo ou não, tinha medo do serio, tinha medo de alguma coisa que fosse realmente duradouro. Mas seu maior medo, era sem duvida de fazê-la sofrer, não queria ver Isabella chorando, tomando sorvete até pegar uma gripe e com algumas camisas dele.         
            Não queria que ela se magoasse, nunca. Poderia fazer como Ian, escrever uma carta em um papel velho, colocar por baixo da porta e ir embora, sem dizer pra onde, sem dizer porque. Era covardia, isso sim, uma covardia imensa. O amor é assim tão ruim? Sim, é ruim.
            Novamente, os dois olham para o teto, quietos, mudos, sem respirar alto. Desculpas: ninguém estava errado e ter o orgulho ferido seria pior do que ficar um sem o outro.
            Isabella, nunca mais tinha usado seus poderes, poderia estar ocupada demais para matar alguém, ou pra extorquir alguém, naquele momento poderia fazer com qualquer um. Não queria matar alguém, apenas sentir sua nuca formigar e suas pupilas ficarem dilatadas e esbanjar poder. Sair por ai, varar a noite, quebrar almas, era rotina, era prazeroso. Mas aquele maldito carro quebrou, e bem perto da aquela maldita oficina, que aquele maldito cara trabalha, que mexeu com ela e que a partir daquele momento nada mais seria igual.
            Agora, havia um muro entre eles, Isabella era assim, não aceitava "nãos" , não era de hoje, nunca aceitou. Diga um não a ela e talvez ela nunca mais volte a ser quem era com você. Isabella não havia problema em ser criticada, mas em ser rejeitada... sim, sempre teve.
            Adrian, começou a pensar sobre os poderes de Isabella. Poderia ser tão real, assim como os dele? Sua menina poderia mesmo fazer algo ruim para alguém? Morte, é uma palavra forte não é mesmo? E vida? Não é tão forte assim, a morte é o ponto final da vida. A morte chega para todos, ninguém consegue escapar de algo tão normal. Afinal é a lei da natureza:  Nascer, crescer, se reproduzir e morrer. Então quando morrer, saiba que não precisam dar tanto valor, te colocar  em um caixão de ouro, e ficar horas chorando, vai acontecer com eles, vai acontecer com todos.
            Adrian estava preocupado com as coisas, com Maddy, com Isabella, com Ian. Ian, tinha uma família que o amava, ele tinha tudo, tudo o que uma criança quer. Um menininho que chora por ver seus pais mortos na sala de televisão, nunca mais volta a ter aqueles olhos de menino. Agora Ian estava por ai, talvez bebendo, se drogando, talvez morto. NÃO, morto não - Adrian pensava.
            Já Maddy, com o coração mais doído do que nunca. Parecia que havia levado uma facada, se arrependeu por ter sido tão seca com Ian, talvez tudo aquilo fosse culpa dela.
            Alguém já te perguntou como foi seu dia? Alguém já te deu um abraço verdadeiro, alguém já te fez sorrir?
- Amor? - Adrian disse, estava quase amanhecendo, sabia que Isabella não conseguiu dormir .
- Sim - disse sem olhar para ele, encarando o guarda roupa que ficava encostado na parede do quarto.
- Você esta brava? - perguntou com aquele jeito meigo, mesmo de costas Isabella conseguia ver que ele estava fazendo manha.
- Nunca estive.
- Vem aqui então.
            Isabella se virou, ainda com a cabeça encostada no travesseiro, olhou bem para Adrian. Percebeu em cada detalhe do rosto dele : Os olhos dele eram um pouco puxados, não como se Asiáticos, mas puxados, de uma cor mel, quase verdes. Um nariz fino mas não deixava de ser masculino, um rosto um pouco quadrado  e uma cor tão perfeita.
            Isabella se achegou para perto dele, ele entrelaçou as mãos pela quadril dela, e eles adormeceram enquanto o sol nascia no horizonte.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Ian



            Maddy finalmente deitou, ainda sentindo seu pulso latejando e inchando como um balão, apagou as luzes e ficou lembrando do beijo e de como Ian era  forte.
            Ouviu o som do trinco da porta virando, e viu o vulto de Ian se encostando na porta. Ele a observava, sem fazer nem barulho ou movimento, apenas a olhava.
- Estou acorda - Maddy disse sem olha-lo.
- Eu sei, só não quero entrar.
- Por que? - ela disse se sentando na cama
- Olha Maddy, desculpe, eu te machuquei e eu acho que eu já te causei problemas demais...- tentava se explicar, enrolando-se, atropelando as palavras.
- Talvez eu queira ter problemas. - o interrompeu e acendeu o pequeno abajur.
            Ian se aproximou da cama, tentando não invadir o espaço dela. Ela apenas o olhava, os dois em um silencio abrangedor, que fazia Ian piscar nervoso. Agora já estava perto demais para recoar, sentou-se na cama, ao lado de Maddy, a olhou e segurou seu pulso.
- Me desculpe. - disse enquanto examinava o pulso, roxo e inchado.
- Não precisa se desculpar, eu to bem.
- Maddy, acho que eu devo me afastar, porque sei lá....- ficou sem fala - você trás a tona o que tem de mais violento e cruel em mim.
            Maddy ficou quieta e olhou para ele, tentando entende-lo.
- Eu acho que eu não posso ficar perto de você, eu posso te machucar.
- Ian,eu não sou tão frágil, eu aguento.
- Mas eu não, eu não posso te machucar mais.
            Ian saiu do quarto, batendo a porta, e sentindo seu coração sendo queimado. Chorou sentado dentro do carro, deu um soco no volante, pegou um pedaço de papel e começou a escrever uma carta final para Maddy.
"Querida Maddy
            Desde aquele dia, que eu te confundi com a Olive, pensar em você tem sido rotina, tem sido tão normal quanto respirar. Mas agora, eu só penso em ter você comigo, ser seu, apenas seu. Dormir com você, acordar com você, viver com você, morrer com você, talvez pode parecer tão patético, tão clichê, mas é o que eu sinto. Eu me apaixonei por como você é fria e talvez um pouco inconsequente. Mas é assim, exatamente assim que eu gosto de você.
            Usar palavras bonitas não vai ser suficiente. Hoje foi o seu pulso, amanha pode ser o seu coração, eu não quero quebra-lo, então, me afastarei, por um tempo, talvez um longo tempo.
            Uma vez, um amigo me perguntou " Quantas vezes você se apaixonou?" e eu respondi " o suficiente para não querer sentir aquilo nunca mais" Mas sim, agora sobriamente eu respondo essa pergunta a você. Eu me apaixonei uma vez, por uma menina linda, a mais linda que já conheci, ela é fria, é adora me responder mal, talvez ela me odeie, mas dói, dói ama-la tanto, e saber que por medo não posso ter lá e talvez perca o pouco dela que me pertence por descuido.
            Agora, nesse exato momento, estou no carro, usando o verso desse anuncio de Super Mercado. Sinceramente, estou um pouco choroso.  Ainda consigo ver que a luz do seu abajur bege ainda esta acessa e você está olhando para fora, sem saber que eu estou te observando de dentro do carro.
            Poderia contar tudo para você, meus maiores medos, meus piores segredos, mesmo sem querer, eu confio minha vida a você. Acho que depois de alguns meses Adrian ira morar com sua Irmã, e eu estarei longe, bebendo como um idiota, me sentindo mal por ter te deixado.
            Não espero que me perdoe por isso e também, não espero que esteja me esperando quando eu voltar. Não me espere, viva a sua vida, finja que nunca me conheceu, finja que eu nunca te amei. Sim, eu te amei, eu te amo, e provavelmente quando eu estiver com meus netos, com os cabelos brancos e com a vista cansada eu ainda me lembre do amor tão profundo e tão repentino que senti.
                                                                       Eu te amo,
Ian"
            Ian secou os olhos, e colocou aquele anuncio por baixo da porta. Saiu, dirigindo feito um adolescente. Foi besteira, pensou ele. E foi, ele não deveria ter falado tudo aquilo, muito menos falado que a amava, ninguém ama alguém com poucos dias de convívio. Ele feriu seu pulso, desculpas seriam o suficiente, drama, um puto drama. Pensou em voltar a tempo, bater na porta, pegar aquele papel e joga-lo fora, e abraça-la novamente e se render por desculpas.
            Estava quase amanhecendo, e Ian dirigia,dirigia para lugar nenhum. A paisagem corria rápido, e em sua mente a única coisa que ele se lembrava era do beijo de Maddy, do gosto amargo e como os lábios dela eram macios. 
            Quem é ela? Ele pensava, pensava com força; Era um a rua sem fim, com montanhas a cercando, e aquela estrada estava vazia, apenas Ian e seus pensamentos profundos. Olhou para o celular e viu que tinha algumas mensagens, a ignorou, sabia que era Adrian, com seu tom de papai mandão e o ordenando para voltar para casa. Preferiu não atender, seria o melhor a ser feito.
            Estacionou um carro, em uma paralela, ficou lá dentro, ouvindo uma musica irritante,e novamente seu celular tocou, decidiu atender.
- Fala - foi seco.
- Ian, aonde você está? - Adrian disse rápido, com aquele tom irritante.
- E é da sua conta?
- Sim, eu sou seu melhor amigo, eu tenho que saber por onde você anda.
- A Maddy está bem? - Ian perguntou, esquecendo de tudo.
- Não, ontem eu a Isabella fomos pra casa dela, e a Maddy estava chorando no quarto, e a Bella me ligou e disse que ela ainda está dormindo - Adrain fez um pausa- Você sabe de alguma coisa?
            Ian desligou o celular, e deixou aquela musica irritante ainda tocava, sentiu novamente aquela vontade de fazer o caminho de voltar e abraçar Maddy, seria inútil. Provavelmente, ela já estaria feliz, ou estaria amena.   " Ela não sente nada por mim" Ian pensou, e pensou aquilo por muito tempo. Fingir : De longe era a melhor opção, fingir que nunca nada aconteceu e que aquele maldito carro quebrou e ele conheceu Maddy, era melhor passar uma borracha por cima de tudo aquilo, era melhor fugir da realidade e esperar por um final meio feliz. Sem ela, ele nunca seria completamente feliz.
            Mas a vida não é conto de fadas, na vida real os vilões ganham ou vão em cana. E os moçinhos e donzelas se fodem bonito por serem sempre bons, por serem bons com todos. No mundo real bondade não é validada, mate e viva ou viva e morra, é a lei mais valida do mundo. Alguns conseguem matar e viver, mas não conseguem serem felizes. Abrir mão.
            Agora, ele fazia reflexões, com o carro totalmente parado, em uma rua deserta, havia lugar melhor? Sim, a cama de Maddy, talvez o que mais doía era que estava perdendo seu melhor amigo para uma garota, e essa garota era irmã de Maddy. Teve que se afastar, mas dessa vez por mal.
- Oi, sou eu, eu sinto muito, sinto muito.... não sei, por tudo o que causei. Acho que você deveria voltar pra casa...
            Ouviu aquela mensagem e novamente sentiu seu coração pulsando em seu pescoço, ouvir a voz dela era tão dolorido, sabia que havia lhe causado mal, desligou o celular, dessa vez ninguém o incomodaria, queria ficar sozinho, agora, amanha,talvez para sempre;

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Adrian e Isabella



            Antes de voltarem para casa, no mesmo momento em que Ian “cuidava” de Maddy.  Adrian e Isabella estavam na casa dele, jogando vídeo game, rindo, conversando e provavelmente se apaixonando.
            Aquele jogo de corrida era muito mais maçante do que qualquer outra coisa, na verdade, não era o jogo, era Adrian que era muito bom e não perdia e não a deixa-a ganhar. Mesmo perdendo, seus sorriso não sai de seus lábios.
- Ah, eu desisto – Isabella se levantou e jogou o controle no chão.
- ISABELLA – Adrian falou alto, um pouco assustado,
- O que foi? – ela deu uma gargalhada – Eu não ganho, então você não joga.
            Adrian correu e viu se o controle ainda funcionava, tentando parecer muito preocupado, ele colocou o controle no sofá, olhou com olhos de reprovação para Isabella, que ria dele.
- Obrigado,
- Pelo que?
- Por quebrar meu controle.
- Quem sabe assim você da mais atenção pra mim – disse andando em direção a porta.
            Ele correu atrás dela, quase escorregou e a puxou pela cintura e disse sorrindo.
- Ah, eu acho que eu ainda prefiro você.         
            Isabella se virou e jogou os braços por cima dos ombros dele, deu um selinho e completou:
- Acha? – ela falou sorrindo. Ela o beijou novamente, mas dessa vez um pouco mais lento.
- Não... tenho certeza.
            Era incrível como Isabella conseguia ser romântica com ele, ela sempre foi fria, como gelo. Mas quando ficava perto de Adrian era como se algo aquecesse sua alma.
            A noite caia, e eles estavam na cozinha, preparando um espaguete. Ele sorria o tempo todo, sim, o sorriso dele era o que havia de mais lindo na Terra, era o que fazia Isabella feliz. Ela gostava de estar com ele, se ser dele, apenas dele.
- Está bom? – ele perguntou enrolando um pouco de espaguete no garfo.
- Muito – ela limpava os lábios em um guardanapo – Já pode casar.
- Eu só caso se for com você Bella.
- Eu não caso com esse tipo de pedido.
            Adrian se levantou, foi até a cadeira dela, se ajoelhou e segurou a mão dela.
- Isabella, você aceita ser minha esposa, hoje e sempre?
- Sim, Adrian, eu aceito.
            Naquele momento, os dois caíram na risada, riram tanto que o estomago de Isabellla estava doendo, poderia ser tudo brincadeira, mas era seu desejo mais forte, algo que ela poderia fazer daqui22 anos e seria a mulher mais feliz do mundo.
- Eu te amo – ele disse baixinho, enquanto ela descansava em seus braços.
-O que? – ela se afastou e falou alto, confusa talvez.
- É, eu te amo. – disse em alto e bom tom.
- Não, você não pode me amar.
- Mas eu te amo Bella, é isso, eu amo você.
            Aquelas palavras poderiam fazer qualquer pessoa sorrir, mas algumas lagrimas se formaram nos olhos de Isabella, porque tudo aquele sentimento era recíproco.  Aquele choro não era de emoção, era de medo, medo de sofrer.
- Porque você ta chorando? – ele perguntou limpando o rosto dela.
- Porque eu também te amo, mas eu não posso me sentir assim, dói.       
            Ele abraçou com força, como se segurasse o mundo em suas mãos, ele segurava o SEU mundo. Ela ainda estava com vontade de chorar, vontade de cair no choro como uma criança, mas ela já estava muito presa a ele, era como um vicio, se ficar muito tempo longe, morre.
            Eram oito horas, e Adrian cismou que queria ir ao shopping, queria tomar sorvete. Ele estavam no carro, cantando Maroon 5, como duas crianças.
- Eu tenho que te contar uma coisa – Isabella disse abaixou o radio. – eu... tenho poderes.
            Naquele momento, Adrian sentiu seu coração ficar gelado novamente, a cena de sua mãe com a garganta cortada, sangrado. Poderes, aquilo tinha o tornado especial e tornado de sua vida um inferno. Agora Isabella tinha aquilo, ela sofreria o que ele sofreu, talvez já tivesse sofrido.
- Poderes? – fingia que não sabia de nada.
- É – se sentia mal por estar quebrando sua promessa com Maddy.
- Que tipo de poderes?
- Eu controlo as coisas pela mente, eu sei, é estranho e medonho. Mas eu tinha que te contar. E eu posso matar alguém, eu já matei.
            Isabella se assustou com a reação de Adrian, acho que ele ficaria assustado ou nervoso. Ele reagia normalmente.
- Quem você matou?
- Meu pai – disse vacilante.
- Porque?
- Não sei, eu não queria que ele vivesse.
            Adrian olhou para Isabella, agora sim, um pouco assustado. Era assim tão cruel matar o próprio pai sem motivos?
- Mas agora eu não consigo fazer isso, foi o momento.
- Você já controlou meus pensamentos, ou leu? – ele perguntou.
- Não, eu já tentei ler, mas nem pensei em te fazer sofrer.
- Você não conseguiria me fazer sofrer, eu sou forte.
- Quer ver. – no mesmo momento Isabella se concentrou e viu o rosto de Adrian ficar vermelho e ele perder o controle do carro. Ela parou, não queria morrer, talvez não morresse, mas não queria pagar pra ver.
- VOCE TA FICANDO LOUCA ISABELLA?  – Adrian estava impressionado, nunca imaginava que Isabella seria tão forte. – você quer morrer?
- Você duvidou Adrian - ela disse friamente - eu amo você, mas você duvidou.
- Eu me rendo, você é forte, você pode dominar uma nação.
            Dominar uma nação, dominar, nação. Parecia um sonho, algo tão impossível. Isabella gostava de poder.
            O shopping estava cheio, Isabella odiava aquele tipo de lugar, um lugar onde as pessoas vão nas noites de sábado porque realmente ela não tem mais o que fazer e vão gastar seu dinheiro em bobagens e depois de arrepender. Ela odiava a energia que aquele lugar passava, mas foi. Adrian estava lá, então era melhor estar com ele no pior lugar, do que sem ele no melhor lugar.
- Se você queria sorvete, porque não foi na sorveteria que é duas ruas depois da sua casa?- Isabella pergunta perdendo a paciência.
- Porque eu prefiro o daqui.
- É a mesma franquia...
            Adrian ficou em silencio, descobriu que não adiantava se tivesse mil razões, e as mil estivessem corretas, discutir com Isabella não levaria a lugar nenhum.
- Eu vou no banheiro, é rápido. - Adrian saiu em disparada.
            Aquela loja de joias era grande, enorme. Pensou em levar Isabella para comprar as alianças, mas seria muito anti-romantico, preferia ir ali, e fazer uma surpresa. Viu no canto da vitrine uma, delicada e simples, nada muito extravagante, seria perfeito para ela. Mandou gravar "Que sua mente seja minha sempre".
            Foi andando até a mesa, olhando para ver se não via algum rosto parecido ou nada do tipo. Amava Isabella, foram poucos dias e ele já queria ama-la para sempre, e talvez a ver acordando todos os dias, e ser dela todos os dias e para sempre. O sorriso, o jeito de bagunçar o cabelo de propósito para não parecer muito arrumada, como ela ficava quando esquecia de alguma coisa ou ela, Isabella.
- Voltei.
- Você demorou - ela disse com raiva.
- Eu sei, desculpe. - ele respirou fundo, se ajoelhou, assim como fizera em sua casa.
- O que esta fazendo? - ela falou baixo - esta me matando de vergonha.
- Cala a boca, se não eu vou perder a coragem - respirou fundo novamente e pegou aquela caixinha e abriu - eu realmente não sei, gostaria de saber porque eu te amo tanto - alguns olhares de canto eram para Adrian - mas o tempo mostra quem é quem e hoje ele me mostrou quem é você, e que esse alguém que você é, é pra mim.
            Ela sorria, um pouco envergonhada mas feliz.
- Eu te amo tanto - ele falou, pegou aquele anel e colocou na mão direita dela, Isabella se levantou e o abraçou.
- Eu amo você Adrian- ela cochichou em seu ouvido, e ele a abraçou com mais força.
            Adrian, tão complicado, era como um nó cego, quando mais você tentava mais você quer desenrola-lo. Novamente ela se sentiu flutuando, como se nada pudesse a fazer cair, e se caísse saberia que Adrian estaria ali para segurar ela firmemente.            
            Estavam indo para casa, Isabella olhava para a mão, achando que aquela aliança prata caia muito bem no seu tom de pele. Aquilo era uma promessa entre os dois, algo para nunca ser quebrado. A confiança é como um vidro, depois de uma vez quebrado, nunca mais voltara a ser como antes, o tempo não para, o tempo não volta, o tempo não espera.
            Ela era irônica, maldosa, fria, mas no fundo, bem no fundo, ha uma garota apaixonada que só quer ser feliz com o homem que ama, mas existe esforço para abrir um coração de pedra. 
            Adrian apenas e ela era idiota e orgulhoso, nunca estava errado, batia na mesma tecla até que alguém ceda, e ele ganhe a pequena batalha. Ele não percebia que seu maior adversário era si mesmo, e seu mundo de bobagens. Não era fútil, isso não. Não se importava com dinheiro ou nada relacionado a ele, os verdadeiros valores é o que tem dentro de você, isso pode durar para sempre.
            Sentiu um remorso abatendo seu peito como uma bala. Isabella tinha sido totalmente sincera com ele, e ele por sua vez, não contou nada o que pudesse contar, todo o segredo que guardava agora pertenciam a ela. "Não contar não é mentir" pensou e continuou dirigindo em silencio.
            Era estranho como as palavras saiam com tanta facilidade ao dizer "Eu te amo" para Adrian, parecia que era uma coisa que deveria ser feita há anos atrás mas não foi feita, porque? Era impossível saber.
            A primeira vez que Isabella gostou de alguém, foi aos seus 14 anos, e contou isso para sua mãe e ela sempre repetia "O amor acaba". Sentia que com Adrian era eterno, nunca acabaria, aquela chama nunca se apagaria. Ela e Maddy estavam naquela cidade por 2 semanas, e todas as vezes que via Adrian se apaixonava novamente e ao ver como seu rosto fica lindo enquanto é iluminado pelas luzes dos postes, Isabella percebeu que poderia se apaixonar novamente todos os dias. O amava tanto a ponto de quer ele para sempre.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Maddy e Ian



            E finalmente, Maddy acorda e só Ian está lá, lendo uma revista, ele parecia estar entediado. Ela gostava da presença dele, mas era tão complicado, era tão difícil entender, parecia que o espírito frio e sem compaixão de Olive estava entre os dois, os impedindo de se aproximarem.
            Olive, Maddy, idênticas e tão diferente. Talvez Olive fosse mais doce, doce a ponto de ser enjoativa e Maddy era acida, cítrica, um pouco mais azeda. Nada demais, nunca foi demais, sempre tinha um motivo para se afastar das pessoas, Maddy era assim, não gostava, mas nasceu assim. Eram comparações tão chulas, mas eram validas.
- Cadê a Isabella? - abriu a geladeira e pegou aquele whisky.
- Saiu com o Adrian - levantou do sofá e tirou a bebida da mão dela - não vai beber.
- Então assista - pegou a garrafa com força e deu o primeiro gole.
            Ian olhou com raiva e um pouco de preocupação para ela. Isabella ligava de 10 em 10 minutos, querendo saber se Maddy estava bem. Amanda estava com um short curto e uma camiseta, estava deitada no sofá e Ian no outro, ela tentava saber por que ele ainda estava ali, se sentiu uma criança que apronta e depois é vigiada. Ian percebeu que ela estava com um hematoma enorme na perna.
- O que é isso na sua perna?
- Pele - foi seca, continuou assistindo aquele filme, um filme de ação.
- É, não dá pra conversar com você. - ele pegou o casaco, saiu e bateu a porta.
            Maddy pensou em chama--ló de volta, ou pedir desculpa, mas ele ainda não era digno, ele seria digno?
            O telefone tocou, e ela deixou tocar, não estava afim de nada, apenas de olhar para a televisão e não entender nada, a televisão a cansava, poderia ficar horas, olhando pessoas bonitas, bancando as perfeitas, falando e falando, só para encherem seus bolsos de dinheiro e depois ficarem depressivas por não dar valor as coisas certas. Por esse motivo que não assistia TV e odiava a sua manipulação barata. Preferia pensar que era melhor do que a televisão, que era melhor do que tudo isso, que não precisava ver estranhos falando para formar suas próprias opiniões.
            Tudo era rotulado, tudo era status, tudo era idiota. Se você tivesse roupas de marca, carro caro, casa grande e uma alma podre, você certamente valeria mais do que um mendigo de bom coração. Não é o mundo que é ruim, as pessoas são. Desacreditar no mundo era rotina.
- Maddy, abre essa porta - Ian berrava enquanto batia com força na porta.
            Novamente, fez se de surda, fingiu que ele na estava ali.
-Eu não vou sair daqui tão cedo – Maddy ouviu por trás da porta o som de Ian se sentando no degrau que tem na porta.
            Maddy foi de vagarosamente, destrancou a porta e voltou para o sofá bege um pouco manchado, olhou para a televisão e novamente fingiu estar interessada em toda que idiotice que passava na frente de seus olhos.
            Ian entrou com as mãos no bolso da jaqueta, a olhou com raiva e foi ate o banheiro. Olhou no espelho, procurando em seu reflexo saber que era, ou, porque se sentia tão bem ao lado de Maddy, mesmo ela o tratando tão mal. Voltou para sala e Maddy estava sentada com os joelhos dobrados e cabeça deitada por cima deles, as coxas dela ficaram rígidas e muito atraentes, pela primeira vez Ian a desejou.
- Quer alguma coisa? – Ian perguntou enquanto abria a geladeira procurando algo para comer.
- Não sei... que você vá embora.
            Novamente Amanda tratou Ian como lixo, poderia de dizer que maltrata-lo era algo tão bom, algo prazeroso. Ele olhou para o alto, segurou um copo e o apertou com tanta força que o copo de vidro se quebrou em suas mãos, Sentiu os cacos sendo enfiados na suas mãos, deu um grito abafado, e foi arrancando aos poucos os pedaços de viro de sua mão. Lavou bem o machucado, e sentou-se no sofá que estava livre de Maddy. Sim, ela percebeu que ele houvera se machucado, mas não se importou. Ela não se importava.
            O tempo ia passando, e um silencio pesado incomodava Ian, ele se remexia de um lado para o outro, tentava ler, mas ter Maddy ali do lado era tentação demais para se concentrar em alguma coisa sem ser ela.
- Maddy, você pode pegar um pouco d’água pra mim? - Ian gritou da sala.
            Da cozinha, Maddy revirava os olhos.
- Tem algo errado com as suas pernas? – foi irônica.
            O sangue de Ian ferveu. Involuntariamente, andou rápido até a cozinha, Maddy segurava uma latinha de cerveja, e ele segurou o pulso da menina, ele apertava e ela sentia seu sangue ficar denso.
- Ian, solta o meu braço – ela dizia tentando soltar seu pulso, - IAN VOCE TA ME MACHUCANDO.
            Agora, ele apertava com ainda mais força, a única coisa que Maddy conseguia fazer era gemer de dor, pensou em mata-lo mas estava com dor demais para conseguir mata-lo, seus rostos estavam muito próximos, sentindo a respiração um do outro.
- IAN, POR FAVOR.
            E em um ato violento, Ian a empurrou contra a geladeira, em um grito abafado, ela sentia suas costas formigarem, e percebeu que Ian era mais forte do que parecia. Ele não olhava com preocupação, olhava com aquele desgosto, os mesmo olhos que olhos para o homem de preto que matou seus pais naquela noite. Maddy tentava não cair no chão e se render, ela ainda estava de pé, e Ian se aproximou rápido colou suas mãos a cintura dela, e a beijou violentamente, Maddy sentiu aquelas mãos, e sentiu os pelos de seu braço ficarem arrepiados.
            Aos olhos de qualquer um poderia parecer brutal, mas Maddy estava gostando, alias, adorando. Adorava o jeito que ele pressionava o seu corpo contra o dela, ele poderia ter erros, inúmeros, mas quando ele estava ali, nada poderia ser mais perfeito, de uma forma imperfeita.
            Ian a segurou pelas pernas, ainda a beijando,ela passou suas pernas pelo seu corpo, e sem olhar o que estava atrás . A deixou no sofá, e foi a beijando com mais intensidade, ela sentia o corpo de Ian ficar quente, fervendo, ao poucos ele foi puxando a camiseta dela. Poderia ser cedo demais, mas ela já estava muito envolvida para voltar atrás e continuar sendo cética com Ian. Com a cabeça no braço do sofá, ele não se sentia a vontade para toca-la, mas se sentiu confortável para arrancar sua camiseta. Eles não pensavam em nada, nada passava pela suas mentes.
            Abrindo a porta Isabella e Adrian voltam para casa, ao ver que Maddy estava apenas de sutiã, Isabella fecha a porta. O susto que Ian tomou foi grande, ele jogou Maddy para o lado, arrumou o cabelo e saiu, sem se despedir da Maddy.  Ela, sem reação, ofegante no tapete da sala, sem camiseta e muito, muito envergonhada.
            Bom? Não, ótimo. Provavelmente a melhor sensação de sua vida. Desejou que Isabella não tivesse voltado para casa naquele momento, alguns minutos a mais e tudo seria diferente, talvez mais intimo.